30, outubro, 2012

Agora é a vez do Brasil

 

De acordo com Juarez Campos, a cozinha da vez, assegura ele, é o Peru. “Mas o Brasil já está chegando. Temos muito a mostrar”, diz. Ele afirma ainda que o interesse do estrangeiro pela comida brasileira é crescente. “Antes, quando ia ao exterior, as pessoas perguntavam com curiosidade. Hoje, já conhecem, têm uma noção maior. E querem provar, acham exótico”, assegura.
 
Contudo, para isso, acredita Juarez, é preciso um maior apoio governamental no que se refere a divulgação do que é feito aqui, no exterior. “Há experiências válidas como o projeto ‘Brasil à Mesa’, da Embratur, e a APC Brasil (Associação dos Profissionais de Cozinha do Brasil), criada pelos chefs Alex Atala (D.O.M. e Dalva e Dito), Helena Rizzo (Maní), Alberto Landgraf (Epice) e Laurent Suaudeau (que comanda a Escola das Artes Culinárias Laurent), mas ainda é pouco”, avalia. 
 
Além disso, o chef capixaba lembra o que fizeram outras cozinhas que já viveram grandes momentos no contexto mundial – e ainda ocupam posição de destaque. “Os espanhóis, por exemplo, foram à França conhecer seus segredos. Depois, os franceses é que foram até a Espanha”, analisa. “O Brasil tem diversas técnicas novas e antigas, como a que resulta na carne-de-sol, que precisam ser divulgadas para o mundo”, declara Juarez, para quem o mais importante na cozinha é adaptar a culinária de uma região ao que está disponível. “Não tenho vergonha de copiar o que é bom”.
 
Ceará
 
De passagem por Fortaleza, no mês passado, Juarez contou que sua relação com o Ceará é antiga. No fim dos anos 70, ele passou pelo Estado como farmacêutico integrante do Projeto Rondon. Tem boas lembranças de cidades como Nova Olinda, Campos Sales e Camocim. “Fiquei muito feliz de voltar e ver como o Ceará vem desenvolvendo a sua gastronomia. Imagino que vocês terão um terão um papel importante quando chegar a hora do Brasil”.