7, dezembro, 2012

Etiqueta do vinho no Natal

 

Caros amigos,
 
Continuo na coluna desta semana falando um pouco sobre a etiqueta do vinho, em especial, abordando temas referentes ao período de festas de final de ano, período de muitos encontros, celebrações, e, consequentemente, do consumo de bebidas e brindes. Então, quais os cuidados que devemos tomar nesses eventos sociais?  Seguem a seguir algumas dicas sobre o serviço do vinho à mesa.
 
São orientações básicas que, em geral, não dependem de investimentos em equipamentos ou materiais de serviço, mas sim de um pouco de conhecimento e atitude.
 
1 – Não use o celular à mesa. Coloco propositalmente em primeiro lugar. Devemos nos policiar para deixar nossos celulares no silencioso ou pelo menos não atendermos ligações enquanto estivermos à mesa ceando com nossos convidados. Uma atitude educada é avisar ao anfitrião que estamos esperando uma ligação e teremos de atendê-la.
 
2 – Quanto à sequência dos vinhos a serem servidos, sugiro dicas simples para melhorar a dinâmica do serviço:
 
a) Tipos de vinhos servidos:  Inicie o serviço pelos espumantes (que possuem a característica ímpar de poderem ser servidos acompanhando da entrada à sobremesa), passando sequencialmente para os vinhos brancos leves, brancos encorpados, rosé, tintos leves e tintos encorpados. Finalize com os vinhos de sobremesa, que devem ser servidos em uma pequena quantidade.
 
Didaticamente seria como seguir uma sequência cujo início do serviço se desse com um espumante, depois com um chardonnay não barricado, um riesiling barricado, seguido dos tintos, com um pinot noir e um cabernet sauvignon, e finalizado com sauternes. Perceberam a evolução?
 
b) Qualidade: Deve ser crescente, sempre. Inicie pelos vinhos mais simples, finalizando com os mais complexos. Essa expectativa pelo próximo vinho a ser degustado traz uma atratividade a mais ao evento. Muitas pessoas preferem iniciar com vinhos varietais, para em seguida buscar a complexidade aromática dos blends, o que não deixa de ser uma boa dica.
 
c) Idade dos vinhos: Inicie pelos vinhos de safras mais recentes, seguindo para os mais maduros. Aqui se espera seguir também a lógica da qualidade acima mencionada, pela percepção de novos aromas e sabores aportados com o envelhecimento da bebida.
 
3 – Procure utilizar taças adequadas. Não é à toa que existem mais de 400 formatos distintos de taças. Cada uma tem por objetivo potencializar as sensações que o vinho nos proporciona, ficando nítida a diferença entre servir um vinho tinto em uma taça específica ou servi-lo em uma taça para água. Não necessariamente você precisa comprar jogos de taças de cristal, mas saiba que, por serem mais porosas, as taças de cristal facilitam a aeração do vinho quando realizamos o movimento de rotação ao girá-lo.
 
4 – Atenção à temperatura do serviço. Não adianta preparar uma grande festa e errar nesse detalhe que faz toda a diferença. Devemos servir os espumantes em uma temperatura entre 6° e 8°C, passando para entre 8° e 12°C para os brancos. Quando falamos de vinhos tintos, inicia-se o serviço com a temperatura de 12°C para vinhos mais leves, e pode se chegar até 20°C em vinhos tânicos. Cuidado para não darmos uma de enochatos com termômetro a laser monitorando a temperatura a cada cinco minutos quando o vinho já se encontrar na mesa.
 
Dica da semana 
O vinho da semana é o Chileno Chacai, da renomada William Févre, importante produtor francês, conhecido por seus bons Chablis, que criou sua vinícola no Chile. Esse vinho top mostra frutas vermelhas e especiarias à boca e grande acidez. Seu caráter sofisticado denota uma nova visão do vinhos do Alto Maipo. Ideal para pratos à base de carnes de sabor marcante como o cordeiro ou caça e queijos curados. Temperatura ideal de consumo: entre 16°C e 18°C. Possui uma  graduação alcoólica de 13,9%, mas com taninos maduros, fazendo com que se perceba a estrutura e ao mesmo tempo a elegância de um vinho vigoroso.
 
Saudações Vínicas!
 
 
 
Paulo Elias é sommelier e diretor de Importação do Grupo Parque Recreio. Já importou alimentos e bebidas de mais de 20 países e visitou diversas regiões vinícolas a convite de importadoras. É diretor de marketing e um dos fundadores da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS– CE). Ministrou cursos e palestras sobre vinhos e participou da Expovinis por três anos consecutivos. Além disso, é professor nos cursos de Pós-Graduação em Comércio Exterior da UNIFOR, Estácio/FIC, Faculdade CDL e FIEC.
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