27, dezembro, 2012

Sabor do champanhe

 

 
“Nas vitórias, é merecido, mas nas derrotas é necessário.”
Napoleão Bonaparte, sobre o champagne.
 
Caros amigos,
 
Na sequência de nossa coluna semanal, gostaria de iniciar uma série de textos com o objetivo de tirar uma dúvida de muitos leitores, os quais, certamente, já se perguntaram sobre os motivos da grande diferença de preço entre champagnes e espumantes, além de questionarem as características de cada um; e, principalmente, se essa diferença é perceptível aos paladares mais sensíveis, o que levaria a justificar a grande discrepância nos valores que encontramos atualmente. Iniciando essa sequência, hoje falaremos um pouco sobre o rei dos espumantes, o champagne.
 
Existe uma grande diversidade de vinhos espumantes, e não poderíamos deixar de mencionar alguns dos mais conhecidos, nos quais a tipicidade de cada região produtora impera nos aromas, na estrutura e diversidade de castas utilizadas em sua produção. Temos então o Champagne (França), Bairrada (Portugal), Asti Spumanti (Italia), Prosecco (Italia), Lambrusco (Italia), Cava (Espanha), Sekt (Alemanha) e o Vin Spumos (Romênia), dentre as opções mais conhecidas. Essa grande diversidade assusta o consumidor quando ele se depara em frente a uma prateleira com essas opções e busca saber a diferença entre elas somente com as informações disponíveis nos rótulos. E geralmente, afirmo, não encontra o suficiente. Mas vamos ao que nos interessa na coluna de hoje.
 
O champanhe é produzido na região administrativa de Champagne-Ardenne, cuja capital é Epernay. É um vinho branco espumante, produzido no Nordeste da França, através de fermentação da uva. A região produtora de champanhe foi delimitada em 1927 e ocupa uma área de 32 mil hectares, sendo a produção obrigatoriamente à base apenas das uvas chardonnay , pinot noir e pinot meunier (estas últimas são uvas tintas, mas os vinhos utilizados, elaborados sem a casca, são brancos).
 
Um dos motivos que elevaram a fama desse vinho foi o fato de que em Reims, cidade mais importante de Champagne, foram coroados quase todos os grandes reis da França. A coroação acontecia na catedral de Notre-Dame de Reims, construída em 1225, e nas comemorações era servido champanhe. Por este motivo, ficou conhecido como o vinho dos reis, um vinho de comemoração, fama que perdura até os nossos dias.
 
Podemos ter seis classificações conforme o teor de açúcar adicionado para a segunda fermentação: Doux (Doce), Demi-Sec (Meio-seco), Sec (Seco), Extra-Sec (Extra-seco), Brut (Bruto) e Extra-Brut (Extra-bruto) e o "Nature" (Pas Dose). Devido às sutis diferenças de paladar, os mais fabricados e vendidos são o Demi-Sec e o Brut.
 
É importante ressaltar que a palavra "champagne" também é protegida com grande vigilância, e apenas pode ser utilizada nos vinhos originais da região. Qualquer outro vinho produzido com as mesmas características fica impedido de utilização do nome “champagne”, devendo utilizar alguns dos nomes acima mencionados.
 
Falaremos mais sobre métodos de produção, armazenagem e serviço na próxima semana.
 
Dica da semana
Já que estamos falando de champagne, a dica da semana é o Champagne Gremillet Cuvée Des Dames. No nariz desse 100% Chardonnay percebemos claramente um aroma floral que se destaca, com grande explosão e persistência aromática. Uma vez degustado, percebe-se a cremosidade na medida ideal, com final prolongado e bom preenchimento em toda a boca. Harmoniza perfeitamente com pães finos e pescados cozidos com ervas.
 
Saudações Vínicas!
 
 
 
Paulo Elias é sommelier e diretor de Importação do Grupo Parque Recreio. Já importou alimentos e bebidas de mais de 20 países e visitou diversas regiões vinícolas a convite de importadoras. É diretor de marketing e um dos fundadores da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS– CE). Ministrou cursos e palestras sobre vinhos e participou da Expovinis por três anos consecutivos. Além disso, é professor nos cursos de Pós-Graduação em Comércio Exterior da UNIFOR, Estácio/FIC, Faculdade CDL e FIEC.
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